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sábado, 8 de setembro de 2018

Amigos, estou muito contente, eu e o detetive Alyrio estamos rumo à Portugal



Fiquei muito feliz em assinar o contrato com a Estremoz Editora e vamos publicar o livro Paisagens Noturnas em Portugal e no Brasil. Esta será mais uma etapa para o nosso detetive Alyrio Cobra. Espero que as aventuras de Alyrio possam ser apreciadas por muitas pessoas, em várias partes do mundo. Para mais informações visite: www.estremozeditora.com

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Amigos, estou me sentindo honradíssima. Tito Prates, o melhor biógrafo de Agatha Christie, resenhou Paisagens Noturnas!


Aqui vou repassar a resenha que ele escreveu do livro Paisagens Noturnas. Mais uma aventura do detetive Alyrio Cobra. Realmente estou honradíssima.




JK Rowling perdeu feio...
"Certa noite em meados do século XIX, um grupo de estudantes pertencentes a sociedade Epicureia, vagueava pelo Cemitério da Consolação, pisando em sepulturas e declamando versos de Byron. Foi quando tiveram a ideia de pegar uma mundana, envolveram-na em aparatos da maçonaria, colocaram-na em um esquife e retornaram ao cemitério. Lá, no meio da terra recém cavada, do pio das corujas e talvez até sob a luz de uma lua cheia, todos eles se lançaram sobre a moça e a estupraram e possuíram até a morte. , segundo a crônica da época, continuaram a possuí-la mesmo morta e gritavam: Osculei um cadáver!"
Essa crônica de um crime real de S Paulo dos tempos passados inspirou Vera Carvalho a criar esse interessante e incrível thriller de mistério, suspense e investigação noir.
Datado de 2003, tem todos os traços do detetive Cormoran Strike, criado por Robert Galbraith, nada menos que o pseudônimo para romance policial de JK Rowling.
Os fãs desses livros da escritora britânica se surpreenderão com a qualidade, a amibentação e o macabro e sinistro ambiente do livro de Vera Carvalho, uma obra prima no gênero para a literatura nacional.
Se Vera se inspirou em JK? Não. JK criou o personagem dez anos depois de Vera, e o ambientou nas histórias, ruas e paisagens de Londres, como Vera fez com Alyrio Cobra em São Paulo do século XXI.
Curioso lembrar que JK Lê, fala e escreve português perfeitamente. Será? De qualquer forma, se for, a criatura não superou a criadora e Vera Carvalho nos brinda com um super livro. Vale muito a pena ser lido, um dos melhores nacionais policial que já li.


domingo, 22 de setembro de 2013

Paisagens Noturnas 22/09/2013

Paisagens Noturnas


Paisagens Noturnas, clássico do crime, é reeditado pela KBR.
Em 28 de junho de 2005, pouco depois de Paisagens Noturnas ter sido lançado pela editora Landscape, Luis Eduardo da Matta, escritor e colunista do Digestivo Cultural,[1] escreveu sobre o livro, que, aliás, é excelente, e acaba de sair em edição revisada pela KBR. Conheci Vera Carvalho Assumpção no final de 2003, quando ela preparava-se para lançar seu primeiro romance policial, o instigante e surpreendente Paisagens Noturnas (2ª ed KBR, 2013). Interessei-me pelo livro de pronto, não apenas por ser um grande leitor de ficção policial e de suspense, como principalmente por enxergar na sua chegada às livrarias, um reforço nas fileiras da ainda escassa lLiteratura brasileira de entretenimento, a dita LPB, um tema recorrente nos meus artigos e de cuja defesa não abro mão. Muita gente, certamente, não se deu conta disso, mas o fato é que Paisagens Noturnas inaugurou uma linguagem nova dentro da literatura policial nacional, ao abordar questões caras à atualidade (mundo das drogas, deterioração das relações familiares, violência nas grandes cidades brasileiras, no caso, São Paulo), sem, contudo, resvalar para a estética marginal e, por vezes, árida e repulsiva que tem marcado a prosa de muitos ficcionistas devotados à temática do submundo urbano e do crime. Vera brinda os seus leitores com um estilo refinado; limpo, porém não asséptico e, por isso mesmo, não-limitado. Ou seja: a sua linguagem elegante não impede, absolutamente, que sejam postos em relevo todos os matizes da nossa múltipla e ensandecida sociedade, das angústias humanas cada vez mais pungentes, dos inevitáveis conflitos pessoais numa atualidade ferreamente competitiva e individualista, enfim: todos os ângulos da realidade, muitos dos quais preferimos ignorar diariamente em nome de um ideal de felicidade, beleza e segurança. Vera Carvalho Assumpção acertou em cheio ao abraçar a literatura policial, tornando-se, talvez sem saber, a única escritora-mulher em atividade no gênero no Brasil, a nossa “dama do crime”. Com isso, ela criou um dos mais simpáticos personagens surgidos na ficção nacional nos últimos tempos: o detetive Alyrio Cobra, protagonista de Paisagens Noturnas, um legítimo flâneur paulistano, amante da boa conversa e do bom vinho, além de um espectador atento da vida e da paisagem da sua amada São Paulo. Alyrio está, também, presente em Peças Fragilizadas e O Rigor da Forma,[2] duas ótimas tramas policiais — que tive o privilégio de ler ainda nos originais —, também publicados pela KBR. Percebe-se na narrativa de Vera Carvalho Assumpção um somatório de influências, que vão de Patrícia Highsmith a Ruth Rendell, passando por Simenon e Dashiell Hammett. Seu protagonista, no entanto, guarda inegáveis semelhanças com Pepe Carvalho, o célebre dublê de detetive e gourmet criado pelo catalão Manuel Vázquez Montalbán, estrela de livros como Os Mares do Sul e Assassinato no Comitê Central. Dada a maneira como ela conduz a narrativa, mantendo um clima de suspense constante e construindo com maestria suas galerias de personagens, podemos afirmar, sem exagero, que Vera Carvalho Assumpção é uma voz inovadora e necessária na nova literatura brasileira de mistério. Escritora incansável e grande empreendedora, ao longo desses mais de vinte anos, Vera foi agraciada com diversos prêmios obtidos em concursos literários, aqui e no exterior, como o da Universidade de Évora, em Portugal, o Gralha Azul — patrocinado pelo extinto Banestado do Paraná —, e um honroso segundo lugar no Guimarães Rosa, da Radio France Internationale, o que não é pouco. Por tudo o que conheço de Vera, por toda a sua cultura, criatividade, determinação e dinamismo, não creio ser demasiado afirmar que ela é uma escritora que exerce a sua vocação por inteiro, entregando-se plenamente a todas as vertentes da criação literária e auferindo indiscutíveis vitórias, ainda que estas não tenham sido — ainda — devidamente contabilizadas pela mídia e pelo imaginário coletivo. Afinal é de bons contadores de histórias, desvinculados da volúpia dos hermetismos intelectuais e distantes dos devaneios experimentais, que estamos necessitados, acima de tudo.


[1] Reproduzido com  a gentil autorização do autor e do Digestivo. [2] Rigor da Forma sai pela KBR em outubro, completando a série de 5 romances de Alyrio Cobra publicados até o momento.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Jogo de Poder

Jogo de Poder


A ideia principal do filme argentino “Tese Sobre um Homicídio” é colocar mestre experiente e aluno talentoso se antagonizando em um intrincado jogo psicológico. A crítica não lhe deu as merecidas estrelas.
Acho que somos rivais da Argentina no futebol, mas é preciso reconhecer a qualidade deste thriller psicológico. A famosa fórmula do romance policial está nele: crime, investigação e solução. No entanto, a investigação vai um pouco além de se descobrir quem matou, transforma-se num jogo de poder.
Roberto Bermudez (Ricardo Darín) é um especialista em Direito Criminal que ministra um curso bastante reconhecido em Buenos Aires. Uma nova turma está iniciando as aulas, e entre os alunos está Gonzalo (Alberto Ammann), filho de um velho conhecido do professor.
De personalidade um tanto arrogante, Gonzalo parece não somente interessado nos ensinamentos do mestre. Enquanto Roberto, um solteirão convicto, leva uma vida de encontros furtivos com mulheres mais novas, Gonzalo discute em profundidade todas as questões propostas pelo mestre, especialmente seu fascínio pelos detalhes na aplicação da lei.
Durante uma das aulas, o corpo de uma moça é encontrado no estacionamento da faculdade, aparentemente colocado de forma que Roberto e seus alunos pudessem avistá-lo de sua janela. Pelo fato do crime ter acontecido praticamente na sua frente, Roberto se interessa pela investigação. Ao se aproximar do corpo, vê detalhes importantes e fica sabendo que ela era garçonete de um restaurante que costumava frequentar. Seu interesse aumenta, e ele passa a crer que Gonzalo seja o autor do crime. Acredita que o aluno esteja desafiando seus talentos investigativos numa espécie de exibicionismo perverso
Num diálogo muito bem construído, Gonzalo explica ao professor que, embora o tenha visto pela última vez no seu aniversário de nove anos, por toda vida desenvolveu uma grande admiração por seu trabalho. Seus pais jamais deixaram de falar sobre o brilho da sua carreira, o que lhe despertou o desejo de seguir-lhe os passos. Em seguida, diz que seu pai, quando ele tinha 15 anos, fez um teste de DNA para saber se era mesmo seu pai biológico, mas nunca foi buscar o resultado.
Naquela noite, em casa, Roberto revê velhos slides que não deixam dúvidas sobre seu relacionamento com a mãe de Gonzalo. A partir daí, não se tem certeza se a luta é entre o mestre e o aluno ou se Gonzalo passou a vida ouvindo a mãe elogiar Roberto e decide confrontá-lo, agir de forma a mostrar-se superior ao suposto pai biológico.
Habilmente, o roteiro explora também uma espécie de desafio entre o professor maduro e o aluno jovem, numa rivalidade masculina e sexual, envolvendo a conquista de Laura, irmã da moça brutalmente assassinada. Além disso, Roberto suspeita que Laura possa ser a próxima vítima de Gonzalo.
Os dois, tanto Roberto como Gonzalo, se transformam em personagens obstinados, embrenhando-se um na vida do outro, seguindo, investigando.
Para a polícia e os verdadeiros investigadores do caso, tudo o que acontece parece não passar de um grande equívoco do experiente criminologista Roberto, obcecado por detalhes e pela ideia de que Gonzalo é o assassino. As provas vão se esfarelando. Os desafios aumentam.
Não vou contar o final do filme. No enredo há um crime a ser esclarecido, e é sobre esse fundo de investigação que os dois homens se enfrentam. Havendo o crime, existe um culpado, e descobri-lo é o que move toda a trama.
A grande vantagem dessa trama é que, quando o filme termina, certas questões permanecem na cabeça do espectador por algum tempo. Isso é bom, e revela uma obra não apenas limitada ao tempo de sua exibição. De forma eficaz, o diretor faz a peleja dos personagens evadir a tela e tocar o público.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Leite e uísque

Leite e uísque

No mês de setembro (entre os dias 19 e 22), acontecerá em São Paulo, a PAULICEIA LITERÁRIA, onde se pretende homenagear autores paulistas. As mesas, ao estilo da Flip, ocorrerão na Associação dos Advogados de São Paulo. Vou participar de algumas delas e darei notícia. Por conta disto, vou falar do escritor paulista Luiz Lopes Coelho. E falo por dois motivos: ele era advogado e escritor de livros policiais.
Numa das primeiras crônicas que escrevi sobre o gênero policial mencionei o livro O Mistério, publicado em capítulos no jornal A Folha a partir de 20 de março de 1920, e logo depois editado em livro pela Companhia Editora Nacional. O Mistério foi o primeiro livro policial de que se tem notícia no Brasil e ditou por muito tempo o tom de sátira aos nossos escritores. Em O Mistério, não só o detetive protagonista e a polícia como instituição são alvos do cômico, mas a própria narrativa é ironizada em vários aspectos. No entanto, também tivemos uma linha mais séria. O elo que ligou o gênero policial praticado pelos clássicos europeus e americanos ao Brasil foi sem sombra de dúvidas Luiz Lopes Coelho.
O difícil de escrever sobre ele é que começamos a reler os contos e… entramos numa deliciosa realidade de São Paulo nos anos 60 e esquecemos da crônica. Mas, vamos lá!
Ele publicou três livros de contos: A Morte No Envelope (1957), O Homem Que Matava Quadros (1961) e A Ideia De Matar Belina (1968). Este último foi reeditado em 2004 pela Editora DBA na coleção ruído, dedicada a autores já mortos que deixaram uma obra ruidosa, perturbadora e provocativa. Pesquisando sobre ele na internet, encontrei mais um livro: Ninguém Morre Duas Vezes publicado na Coleção De Mão Em Mão (2012) onde estão reunidos alguns dos seus melhores contos, quase todos protagonizados pelo delegado Leite. É um livro gratuito e pode ser baixado no formato pdf.
Apesar da obra ruidosa, existem poucas referências sobre a pessoa de Luis Lopes Coelho. Sabe-se que colecionou títulos. Foi diretor da Fundação Cinemateca Brasileira, diretor presidente da Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, membro do Conselho Consultivo da Fundação Bienal de São Paulo, conselheiro da Associação dos Advogados de São Paulo e secretário do partido Socialista Brasileiro. Foi frequentador assíduo do Clubinho, no centro paulistano e gostava mesmo era de uma boa história junto à boemia artística da época, regada a muito uísque.
Começou a escrever com mais de 50 anos e criou o detetive Leite, que bebia muito uísque, resolvia seus casos deitado na rede do seu apartamento em São Paulo, tendo sempre ao lado (a exemplo do comissário Maigret de Simenon) uma esposa simpática e dedicada. Luis Lopes Coelho descreve como ninguém a sociedade paulista, simples e ingênua, dos anos 60. É delicioso acompanhar suas descrições da sociedade paulistana que frequentava o Jockey Clube, confeitarias, boates e outros locais da moda. Seus contos não tem a violência dos dias de hoje. São comparáveis aos contos clássicos de sua época.
Millôr Fernandes, que foi seu amigo, escreveu que em 1972, quando teve de assumir O Pasquim, em vias de fechar, ligou para Luiz Lopes Coelho. O amigo encarou o desafio e foi um dos salvadores de O Pasquim.
Foi em 1973, numa entrevista para O Pasquim que Luiz Lopes Coelho revelou um pouco de seus segredos. Vivia num apartamento na Avenida São Luis. Seu detetive Leite, segundo ele, era baseado em seu amigo delegado João Leite Sobrinho, que atuava na Homicídios em São Paulo. Bonachões, tanto o personagem como o delegado eram dotados de qualidades humanas.
Apesar de toda experiência, Luis Lopes Coelho garante que João Leite nunca o ajudou com informações profissionais no momento de inspiração. Só lhe narrava alguns casos estranhos que eram o estopim de ideias para os contos. Ele conta que “uma dentista de voz estridente, membro do partido socialista, foi encontrada morta por asfixia esparadrapal.” “Troquei um pouco para não copiar completamente. A realidade é tão chata que a gente não deve copiá-la. Então asfixiei-a com discos”.
Suas influências são os clássicos: Rex Stout, Agatha Christie, George Simenon e Edgard Allan Poe. Nesta entrevista, ele afirmou que Allan Poe criou o primeiro detetive do mundo “entre um porre e outro! Entre um porre e outro, fazer o que fez….É bom beber, ne?”
No meio das piadas que cercavam o espírito de O Pasquim, ele dava sua receita de crimes, revelando que seu modo de matar “é de um andaime ao contrário. Primeiro você acha o fim, o original curioso, da morte nova, da forma de morte nova. Depois você descobre um jeito de matar novo. Porque o que é interessante é o mistério até o final”.
Por falar em mistério, disso ele entendia muito bem. Seus contos mostram a seriedade com que via seu trabalho, criando e mantendo suspense até o final. Além disto, trabalhava muito bem os elementos que formam a essência do gênero policial. Também cuidou muito bem do aspecto psicológico dos envolvidos e as nuances da convivência humana, lançando um olhar compreensivo sobre os costumes da época.
Na sua entrevista ao Pasquim, ele diz que gostaria de ter sido “coqueteleiro”. “Se porventura o socialismo viesse a dominar o país, perderia minha qualidade de advogado. Assim cuidei de estudar o negócio dos coquetéis porque em qualquer regime há um bar.” E de receita em receita forneceu a que havia criado com o pintor Cláudio Graciliano: “Três golejos de gim, duas pingadas de peppermint, mais um pouco de gim; mais uma golejada de vermute italiano. Bata com gelo. Sirva com coragem!”

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Rigor da Forma

Rigor da Forma


Inconformada com o envenenamento da filha por um medicamento defeituoso, Maria Lya contrata Alyrio Cobra. Que motivos teria o detetive para aceitar aquele caso e investigar uma morte semelhante a tantas que vinham ocorrendo no país pelo medicamento defeituoso?
Pouco a pouco, entretanto, ele vai se enredando numa trama que envolve conflitos psicológicos e a poesia de Francisca Júlia. À medida que envereda pelo caso, o que de início se apresentava como o delírio da mãe cheia de culpas acabará assumindo feições intrigantes, num mundo em que as rimas perfeitas da poeta ditam as regras.

Leia aqui um trecho do livro.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Peças Fragilizadas

Peças Fragilizadas

Alyrio saiu de um hotel de luxo próximo à Avenida Paulista. O lusco-fusco do anoitecer envolvia a cidade. Entre altos edifícios não se sabia para que lado findava o dia nem de que lado vinha a noite.
Contratado por um assassino de aluguel e traficante, Alyrio Cobra sentia um estranho mal-estar,  que aumentava no meio de tanta gente e tanta poluição. Abraçou a frasqueira velha recheada de grana. Mesmo tendo de enfrentar políticos poderosos e criminosos não menos poderosos, a grana e a adrenalina o animavam a enfrentar o desafio. No entanto, à medida que a investigação se aprofunda, ele se vê envolvido numa trama de poderosos e assassinos em potencial que acaba assumindo feições brutais, num desafio à inteligência e à integridade física do detetive.

Leia aqui um trecho do livro.